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Por
Amilton Almeida
2023

Produção
Cemitérios Sagrados

De onde vim, guardei algumas boas lembranças. Memórias de Santa Luzia, dos amigos e da família, de onde nasci e criei meus filhos.

Fomos mais felizes do que a tristeza pode ser.

Nas reuniões com os colegas, nos torneios de fim de ano. Meus companheiros de trabalho arrumavam um jeito de esquecer mágoas.

Todos sabiam o sabor do trabalho duro, amargavam engolir sapos que só desciam com bravura e determinação.

Foram muitos anos juntando os cacos, espantando a morte, e por incrível que pareça, teimosamente a gente ria de tudo.

Nos domingos, a gente acordava cedo com o radinho de pilha na penteadeira.

Maria preparava um café, abotoava sua camisa de linho e calçava as alpargatas. Ajeitávamos as crianças e saíamos animados.

Íamos ao treze de maio para comer amendoim e olhar os pássaros. Comprávamos discos, visitávamos parentes e voltávamos para o almoço cheios de histórias.

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Eu trabalhava muito, não tinha tempo livre, mas não faltava entusiasmo. Meus filhos eram pequenos demais, sentia que precisava estar ali.

Nossa casa era pequena e antiga, desmedida para nossa insistência. Ouvíamos música, contávamos causos, reuníamos à mesa... Ligávamos a TV e dormíamos no sofá.

E mesmo sem ter gozado nenhum lugar na fila, as coisas se ajustavam no caminho.

Tive a sorte e a oportunidade de conviver com as melhores pessoas do mundo: meus filhos, amigos, parentes, minha esposa e companheira.

§

Eu fui embora para sempre, mas meu espírito guardou comigo todos vocês.

A todos que eu deixei...

Com carinho

Chiquinho.

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1947-2019

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